terça-feira, 28 de junho de 2011

A ameaça dos velhos malucos

“Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e louco...” Eclesiastes 4:13
Em nossa cultura construímos uma equação muito interessante: sabedoria é diretamente proporcional à quantidade de experiência que temos. Ou seja, segundo essa máxima quanto mais experiências tivermos mais sábios seremos. Em uma passagem do livro “Homens que não conseguem amar” (recomendo) o casal de autores Steven Carter e Julia Sokol apontam um fenômeno muito interessante em nossos dias: a “geração playboy”. São homens que envelhecem mas que ainda ficam com uma mentalidade de adolescente, não conseguem desenvolver relacionamentos estáveis. Desfocando do gênero masculino e da pesquisa e tela, podemos perceber em nossa vivência que nem sempre o acumulo de primaveras traz sabedoria às pessoas (homens ou mulheres). A Palavra de Deus, em sua sabedoria milenar, nos mostra isso: sim, é possível ser velho, entrado em dias e cheio de cãs (como a expressão bíblica) e não ter alcançado a sabedoria. E a Bíblia é recheada de exemplos de jovens que, apesar de não terem tantos dias de caminhada, tiveram atitudes sábias, mudaram mundos, enxergaram mais longe que todos os seus contemporâneos, ouviram a voz de Deus quando todos estavam surdos e derrubaram obstáculos intransponíveis para os demais. Na equação divina da sabedoria (se é que Deus tem equações) a variável fundamental para a sabedoria não é a idade, mas a fé, como nos mostra Tiago: “se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;”. Deus, como superior à matemática e à cultura, subverte nossos achismos nos dizendo: “Peça com fé! eu lhe dou liberalmente!”. Não precisamos esperar que se “rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte”, como nos diz o autor de Eclesiastes, para alcançarmos a sabedoria, podemos acessá-la hoje, gratuitamente! O mesmo autor da passagem inicial dessa conversa entendia de realeza e também de velhice. Também entendia do que era viver loucamente. Mas em sua juventude buscou sabedoria em Deus para cumprir sua tarefa. Não se sentiu menor por ser jovem e encarar uma grande tarefa. O convite divino ainda está de pé, a sabedoria ainda “clama pelas ruas” e “nos prepara um banquete”, como diz Salomão em Provérbios. Que possamos atender ao seu convite, porque ela é “mais preciosa do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela. Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra.” Essa é a vontade de Deus para nós, e não que encerremos nossas vidas “velhos e cheios de arrependimentos”, como Saito, personagem do filme “A Origem”. Mas esses já são panos pra outras mangas...
 
Em Cristo,
Rodrigo da Silva Goularte

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